sábado, 3 de julho de 2010

Projeto do MIT quer ampliar em até 1000 vezes velocidade da web

Pesquisadores já testam um modelo no qual os roteadores não teriam a necessidade de converter o sinal ótico em digital, o que aumentaria o tempo para transmissão dos dados e reduziria o consumo de energia.

Pesquisadores do MIT (Massachussetts Institute of Technology) anunciaram o desenvolvimento de um projeto voltado a acelerar o tráfego de dados na internet de 100 a 1000 vezes. Junto com essa perspectiva vem a possibilidade de permitir o acesso de banda larga a preços bem mais baratos.

Professor de ciência da computação e de engenharia elétrica no MIT, Vincent Chan lidera a equipe de pesquisas e aponta para o gargalo nessa transformação: os roteadores, responsáveis pelo encaminhamento do tráfego na Internet. Para Chan, a solução é substituir os sinais elétricos dentro dos equipamentos por sinais óticos. Isso, além de acelerar a transmissão de dados, reduz drasticamente o consumo de energia.

Sobre o projeto do MIT, o professor esclarece: “Hoje em dia, quem sofre para baixar 100MB de dados da internet poderia, com a mão nas costas, transferir 10GB”.

Ainda de acordo com Chan, o mercado está à beira de um grande gargalo na internet, provocado por computadores cada vez mais robustos, aumento no número de downloads e aplicativos cada vez mais robustos. “Acho que a internet estará lenta demais daqui a três ou cinco anos”, projeta o professor.


Poder das fibras

O projeto desenvolvido pelo MIT tem como intuito criar uma tecnologia que evite a necessidade de conversões no roteador. Isso porque, nas redes de fibra óptica tradicionais, os equipamentos têm dificuldades de interpretar sinais óticos vindos de endereços distintos ao mesmo tempo. Para solucionar esse problema, o que se faz é converter o sinal em pulso elétrico para processamento e, depois, reconvertê-lo para o formato digital. Um processo que consome tempo e energia.

Baseado em uma arquitetura que leva o nome de flow switching, o processo elaborado pela equipe do MIT define uma rota dedicada na rede entre as localidades. Os roteadores no caminho entre as localidades restringiriam o acesso a dados vindos da mesma direção apenas, eliminando, dessa forma, a necessidade de conversão dos sinais óticos em pulsos elétricos.

O analista do Gabriel Consulting Group, Dan Olds, afirma que o impacto de uma solução dessa natureza seria tremendo na usabilidade da internet. “Veríamos a era de computação 3D e de recursos de total imersão na web muito antes do imaginado. Se realmente acontecer, será um enorme passo adiante”, conclui.

A equipe de Chan está realizando ensaios do projeto nas instalações da Bell Labs, em Nova Jersey (Estados Unidos). O especialista detalha que um dos cuidados é se certificar que uma mudança abrupta no sistema dos roteadores não cause efeitos inesperados na web.

“Dentro dos planos para essa nova tecnologia está a fundação de uma empresa para comercializar a solução”, avisa o professor. A próxima etapa será ensaiar a solução em estruturas pré-existentes por um tempo limitado.

Ainda de acordo com o especialista, o único ponto contrário do projeto é o alto custo envolvido na implementação dos roteadores e na otimização da rede para torná-la compatível com o novo modelo. “Tecnologia de ponta não é algo barato, e a queda nos investimentos só acontecerá com o aumento da demanda”, ressalta.

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