terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pesquisadores dobram a velocidade das conexões WiFi

Tecnologia permite comunicação full duplex, na mesma frequência, para dispositivos 801.11

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA descobriram uma maneira de dobrar velocidade da transmissão de dados em redes WiFi sem qualquer alteração na frequência.
A tecnologia foi descrita por investidores como “simples e eficiente”. Baseada no uso simultâneo de três antenas, em vez das duas tradicionais encontradas nos dispositivos 801.11n. A solução permite comunicação full duplex na mesma frequência. Ou seja, é possível receber e enviar dados na mesma velocidade, algo considerado impossível até hoje.
As bandas de rádio estão sofrendo terrivelmente em função do seu congestionamento e ser capaz de incrementar a velocidade sem sair para outras faixas é o tesouro que motiva vários profissionais e desenvolvedores.
Ao realizar uma transmissão, um dispositivo de rádio emite ondas fortes demais para possibilitar que também receba instruções. O mesmo acontece com duas pessoas durante uma conversa; enquanto uma fala, a outra deve ficar quieta se quiser ouvir e entender o que o interlocutor diz. A dinâmica na transmissão de rádio funciona dessa maneira.
A tecnologia usada para permitir que a frequência seja usada de maneira otimizada remete ao recurso de abafar ruídos em alguns headphones. Quando o dispositivo sabe exatamente o que está enviando, pode filtrar todo o ruído restante para ficar atento à entrada de sinais. Assim ocorre a comunicação em duas vias na mesma frequência concomitantemente.
“Está tudo nos livros”, diz um integrante da equipe, Phillip Levis, que ocupa a cadeira de professor assistente na Universidade de Stanford. “Essas descobertas mudam a maneira como enxergávamos as transmissões de dados em redes sem fio até hoje”.
Ainda existe um bom caminho à frente até a tecnologia fique disponível para fabricantes e consequentemente, usuários finais. Um dos obstáculos a ser ultrapassado é, por exemplo, fazer os dispositivos cobrirem as distâncias em que normalmente são postos para operar.
Existe, ainda, uma contingência imposta pelos fabricantes. Os dispositivos são fabricados com vistas permitir a interconectividade entre aparelhos de marcas diferentes. Um roteador da DLink, por exemplo, consegue se comunicar com um Laptop da Dell, etc. Desenvolvidos pela IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers), esse padrão deve ser repassado aos fabricantes de dispositivos sem fio que operam no modelo 802.11 antes de ser adotado, o que pode levar anos.
Existe, também a possibilidade de vender essa tecnologia para um determinado fabricante e não é difícil imaginar empresas como a Apple se tornando proprietária de uma plataforma de rede sem fio mais rápida em detrimento da vantagem competitiva que tal recurso ofereceria.

0 comentários:

Postar um comentário